1. |
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Pinheiros, Largo da batata, Cardeal
Pinheiros
Pinheiros, Largo da batata, Cardeal
Pinheiros
Vai nessa, vai nessa van
Vai nessa, vai nessa van Vanessa
Vai na Clínica cuidar da cabeça
Dinheiro, trago ouro e prata pra geral
Dinheiro
Dinheiro, trago ouro e prata pra geral
Dinheiro
Cobra, cobra, cobrador
Cobra, cobra, cobrador, toca aí
Troco grana, ouro, passe ticket
Cobra, cobra, cobrador
Cobra, cobra, cobrador, toca aí
Chô passar por baixo que eu to indo ali
E toca pra vendinha comprar côco,
que loco!
E corre para o banco pra pagar
E paga e pega a fila o bumba o troco,
um pouco!
E passa a vida pra passar por lá, por cá...
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2. |
Rock'a de Bamba
03:07
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BSI 4573
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3. |
Baqueta num Canto
04:12
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Hei, batuca a alfaia, menina
Num canto um batuta grita
Assim
Fiquei com o tambor
Larguei meu antigo fim
Toquei na ferida
Ardeu na batida e sim,
Teu olho avisou
Visou o fluxo do capim
que Cresceu e virou
comida do boi pra mim
Juntai-me à baqueta
Maldito sinhô,
que inventa uma coisa assim
Negar meu barulho
Usar papel contra mim
Respondo no apito,
Repico com fúria vil
Em prol de uma ponte
que toca e retoca o rio
de águas longínquas
Brinquei com alfaias
briguei
Chorei pra mostrar que no fim
Gostei de bater nesse alguém
De pele e madeira e assim
Furei cinco peles
Quebrei todo ar que eu vi
Com a onda sonora
Que canta e lhe faz ouvir
Baqueta num canto
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4. |
Sobonenco Island
06:07
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5. |
Acredi-tese
03:31
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Falo porque falo o que eu acho
Falo porque penso o que eu acho
Penso porque acho o que eu falo
Acho porque penso o que eu falo
Não quero tentar te convencer
Você pra você tem sua razão
Minha razão
diz que eu só tenho razão pra mim mesmo
Falo porque falo o que eu acho
Falo porque penso o que eu acho
Meu amor tente compreender
Não quero provar para você
Me empolguei,
É, como sempre a razão me convence
Você vale tudo que acredita
Não se convença
Minha verdade é a sua mentira
Então preserve sua alma mordida
Pois você vale tudo que acredita
Tenha a idéia e venha me contar
Que eu vou tentar interpretar
Mas vou falar
Que mesmo assim eu penso diferente
Perceba que isso não convém
Ninguém é mais sábio que ninguém
Cada um tem a sua idéia
Que diga pra ela ou ele ou eu ou
Você vale tudo que acredita
Não se convença
Minha verdade é a sua mentira
Portanto use a palavra e conviva
Pois você vale o que você acredita
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6. |
A Língua
05:30
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A língua manipula, a mente é lambida
e o pensamento se convence do gosto da primeira saliva
e não abre mão
Abre a boca e mostra a língua, Gen da cultura
o raciocínio vira linha, segue a rima da escrita
para as letras não há cura
A língua manipula, enforca o sentido
Força o bom-senso a ser consenso
E imprime conceito, motivo
E sentido ao som
E é como se a certeza sempre existisse
Apesar de ser achada pela lógica da fala
que impressiona no que exprime
Se pensa se convencendo pra si mesmo
Que a palavra é ela mesma o que ela quis
Se discute a cerca da cerca que uma palavra cerca no que diz
Se fala manipulando. Se explica com ambição
Defender a opinião é a fome da boca que não come
Mas solfeja o tom do orgulho pelo assunto em que se expõe
A língua é quem permite que o cérebro pense
fazendo com que a consciência salive um zunido insistente
diz-se só o que diz
O que não se diz é nada, Nata da mente
Não podemos alcançá-la
Pois a língua é nossa arma até pra analisar a gente
A língua cria o mundo à sua imagem
e semelhança, Deus bem sabe, que a língua é quem cria a esperança
De tudo saber
Pois a língua tem o verbo,que criou tudo
E se Deus foi acordado pra versar o universo
Antes só sonhava mudo
Se pensa se convencendo, é assim mesmo
Faz-se o peso do conceito articular
Estrutura-se a lógica acesa da forma que pretende informar
É tudo ponto de vista, não passa de opinião
Se você tem consciência que a palavra não é densa
Mas te
Prende em convivência, convenções, a tua sentença é pois
A língua
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7. |
Remediado
04:18
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Fui convidado a virar-me na quebrada
A uma entrada de gaiato numa baita emboscada
E já nem sei mais em que pé a vida estava
Quando saio do perigo só faz sentido a balada
Fui intimado a viver numa desgraça
A só encontrar cachaça pra curar qualquer não sei o quê
E acordei despreocupado com a ressaca
Quando saio do perigo só faz sentido a balada
Quebre a cara e a coragem,vê se esquece essa bobagem
De protagonizar o herói do seu clã
Vê se cansa e se alcança o sorriso que não atropela o inimigo
Que canta conforme a dança
Tô enrascado, tô chorando pela amada
Penso na ex-namorada, sem mulher não sei o que fazer
Desencanei e embarquei nessa zoada
Quando saio do perigo só faz sentido a balada
Cadê meu violão pra me curar
Me faz uma canção pra eu desencanar
Me chame pra esse baque
Me ataque de prazer
Essa vida não está sopa mas eu vou comer
Sem tédio e sem aviso, eu fujo do perigo
Me abrigo na vontade de viver
Entusiasmado desvendei o meu mistério
E desexpliquei o sério, me desapoiei das situações
Desvinculado destruí o meu império
Quando saio do sentido não tem mais contexto ou critério
Quebre a cara e a coragem, vê se esquece essa bobagem
De tentar formular certezas tão vãs
Vê se canta e se encanta com o sorriso que desconcerta o perigo
Que pesa na balança
Cadê meu violão pra me curar
Me faz uma canção pra eu desencanar
Me chame pra esse baque
Me ataque de prazer
Essa vida não está sopa mas eu vou comer
Sem tédio e sem aviso, eu fujo do perigo
Me abrigo na vontade de viver
Eu tô ferrado e não dá pra consertar
O que não tem remédio remediado está
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8. |
Importado
03:46
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Guitarras me sobem pelas paredes de casa, não fujo. Entram pela janela da TV importada. Nada me importa agora, eu não importo nada, eles que se importam em entrar aqui.
Guitarras que tentam, me entendam, eu não temo nada, não fujo, sua distorção nunca me torce a cara; nada me importa agora; eu não imponho nada; eles que se importam em entrar aqui.
Ando em qualquer espaço e me apedrejam fatos, certezas, notícias, informações que só me enchem o saco. Nada me informa agora, eu não informo nada. Eles que informem o que lhes convir.
Não consigo mais fugir desses assuntos tratados por todos no mundo que só falam o falado. Nada me importa, porra, eu não imponho nada. Eles que informam o que lhes convém
Ar que me cerca me inspira e você tira a graça. Desgraça. Tenho já meus olhos, você quer que eu refaça. Nada me importa agora, eu não importo nada. Eles que se importam em portar e fim.
Entrem com cuidado, essa é minha casa, guitarras, horas te abuso, horas dou descarga. Nada me importa à moda, eu não importo nada, eles que se importam em entrar aqui.
Imagens me chocam, beleza, aparência-nada, bastarda, tentam me encantar num canto que não fala. Nada me impressiona, oras, eu não impresso nada, eles que impressionam quem não se exprimiu.
Imagens tão mudas que mudam mas não mudam nada, trapaça, forro da muda de flores mudas feitas pra farsa. Nada me informa agora, eu não imponho nada. Eles que informam o que lhes convém.
Sites e saias e slogans, vista sua idéia, mocréia, vende-se vestes de vida , compre a vista certa. Nada me interessa agora, não sou interessado. Interessam quem lhes interessa ter.
E a crítica reclamona que reclama os feitos já feitos; diz-me o que é ser cult e o que é ter defeito. Nada me enviesa a cachola, eu não ensino nada; não prendo, não porto certeza no meu preferir.
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9. |
Desvenda-se
04:00
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O nosso carnaval vai ser uma moda
Que a moda não deixou de contestar
Contesta pois quer impressionar e ser impressa
E a pressa nos impede de exprimir e de criar
O nosso carnaval vai ser a festa
Que não importa moda ou modo algum
Todo mundo inventa moda que ela mora em cada um
Desvenda-se e descubra que a cultura
Nunca foi parada, dura como a moda quer mostrar
Desvende-se uma moda ultrapassada
que só transforma a fachada e deixa o resto no lugar
O nosso carnaval é consagrado
Sem nada de sagrado pra rezar
Pois preza pela convivência nua dessas regras
Que regam o velho monstro que dá medo de mudar
O monstro agora é tudo que nos servem
E só serve pra nos empacotar
Mas a festa nos revela e nos permite relevar
Desvenda a qualidade do teu posto
Não abra mão do teu gosto, abra o jogo sem fingir
Desvenda seu produto e seu esforço
E vais ver que o bem do outro é o bem mais caro a ti
O nosso carnaval é alegria
Da festa louca e da tradicional
Tradicional pois nunca visa o lucro, só a magia
E louca da magia que não quer mais ritual
O nosso carnaval é a fantasia
Da máscara que nunca vai sair
E essa máscara cê talha pelo seu jeito de agir
Desvenda-se e descubra sua postura,
Pois coberta ela se molda e vendada ela não vê
Vendida ela não vê. Destraia a partitura
Pois traída é quase nula a convenção que você lê
O nosso carnaval vai ter raízes,
que alimentam a flor que vai nascer
Pois destraídos vamos encontrar nossas origens
Na originalidade que convém ao nosso ser
O nosso carnaval causa vertigem
A quem fica no chão da tradição
Com bom-senso sobrevoa-se o consenso do padrão
Desvenda-se e recrie o que te mostram
Pois se só te mostram bosta não te basta ingerir
Vomite a releitura dessa compra
Cê vai ver o quanto conta o seu jeito de me ouvir
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Daniel Ayres São Paulo, Brazil
Diretor artístico do grupo Batuntã. Integrante da banda Palavra Cantada. Integrante da Banda Paraquedas no programa de TV É Tudo Improviso, atualmente no ar pelo canal TBS. Produziu com Bruno Buarque a trilha sonora do longa-metragem Hélio Oiticica. Gravou percussão no DVD de Fernanda Porto, junto ao grupo Batuntã. Lançou o CD Batuntã em 2014, com participação de Zeca Baleiro. ... more
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