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Desvenda​-​se

by Daniel Ayres

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1.
Pinheiros, Largo da batata, Cardeal Pinheiros Pinheiros, Largo da batata, Cardeal Pinheiros Vai nessa, vai nessa van Vai nessa, vai nessa van Vanessa Vai na Clínica cuidar da cabeça Dinheiro, trago ouro e prata pra geral Dinheiro Dinheiro, trago ouro e prata pra geral Dinheiro Cobra, cobra, cobrador Cobra, cobra, cobrador, toca aí Troco grana, ouro, passe ticket Cobra, cobra, cobrador Cobra, cobra, cobrador, toca aí Chô passar por baixo que eu to indo ali E toca pra vendinha comprar côco, que loco! E corre para o banco pra pagar E paga e pega a fila o bumba o troco, um pouco! E passa a vida pra passar por lá, por cá...
2.
BSI 4573
3.
Hei, batuca a alfaia, menina Num canto um batuta grita Assim Fiquei com o tambor Larguei meu antigo fim Toquei na ferida Ardeu na batida e sim, Teu olho avisou Visou o fluxo do capim que Cresceu e virou comida do boi pra mim Juntai-me à baqueta Maldito sinhô, que inventa uma coisa assim Negar meu barulho Usar papel contra mim Respondo no apito, Repico com fúria vil Em prol de uma ponte que toca e retoca o rio de águas longínquas Brinquei com alfaias briguei Chorei pra mostrar que no fim Gostei de bater nesse alguém De pele e madeira e assim Furei cinco peles Quebrei todo ar que eu vi Com a onda sonora Que canta e lhe faz ouvir Baqueta num canto
4.
5.
Acredi-tese 03:31
Falo porque falo o que eu acho Falo porque penso o que eu acho Penso porque acho o que eu falo Acho porque penso o que eu falo Não quero tentar te convencer Você pra você tem sua razão Minha razão diz que eu só tenho razão pra mim mesmo Falo porque falo o que eu acho Falo porque penso o que eu acho Meu amor tente compreender Não quero provar para você Me empolguei, É, como sempre a razão me convence Você vale tudo que acredita Não se convença Minha verdade é a sua mentira Então preserve sua alma mordida Pois você vale tudo que acredita Tenha a idéia e venha me contar Que eu vou tentar interpretar Mas vou falar Que mesmo assim eu penso diferente Perceba que isso não convém Ninguém é mais sábio que ninguém Cada um tem a sua idéia Que diga pra ela ou ele ou eu ou Você vale tudo que acredita Não se convença Minha verdade é a sua mentira Portanto use a palavra e conviva Pois você vale o que você acredita
6.
A Língua 05:30
A língua manipula, a mente é lambida e o pensamento se convence do gosto da primeira saliva e não abre mão Abre a boca e mostra a língua, Gen da cultura o raciocínio vira linha, segue a rima da escrita para as letras não há cura A língua manipula, enforca o sentido Força o bom-senso a ser consenso E imprime conceito, motivo E sentido ao som E é como se a certeza sempre existisse Apesar de ser achada pela lógica da fala que impressiona no que exprime Se pensa se convencendo pra si mesmo Que a palavra é ela mesma o que ela quis Se discute a cerca da cerca que uma palavra cerca no que diz Se fala manipulando. Se explica com ambição Defender a opinião é a fome da boca que não come Mas solfeja o tom do orgulho pelo assunto em que se expõe A língua é quem permite que o cérebro pense fazendo com que a consciência salive um zunido insistente diz-se só o que diz O que não se diz é nada, Nata da mente Não podemos alcançá-la Pois a língua é nossa arma até pra analisar a gente A língua cria o mundo à sua imagem e semelhança, Deus bem sabe, que a língua é quem cria a esperança De tudo saber Pois a língua tem o verbo,que criou tudo E se Deus foi acordado pra versar o universo Antes só sonhava mudo Se pensa se convencendo, é assim mesmo Faz-se o peso do conceito articular Estrutura-se a lógica acesa da forma que pretende informar É tudo ponto de vista, não passa de opinião Se você tem consciência que a palavra não é densa Mas te Prende em convivência, convenções, a tua sentença é pois A língua
7.
Remediado 04:18
Fui convidado a virar-me na quebrada A uma entrada de gaiato numa baita emboscada E já nem sei mais em que pé a vida estava Quando saio do perigo só faz sentido a balada Fui intimado a viver numa desgraça A só encontrar cachaça pra curar qualquer não sei o quê E acordei despreocupado com a ressaca Quando saio do perigo só faz sentido a balada Quebre a cara e a coragem,vê se esquece essa bobagem De protagonizar o herói do seu clã Vê se cansa e se alcança o sorriso que não atropela o inimigo Que canta conforme a dança Tô enrascado, tô chorando pela amada Penso na ex-namorada, sem mulher não sei o que fazer Desencanei e embarquei nessa zoada Quando saio do perigo só faz sentido a balada Cadê meu violão pra me curar Me faz uma canção pra eu desencanar Me chame pra esse baque Me ataque de prazer Essa vida não está sopa mas eu vou comer Sem tédio e sem aviso, eu fujo do perigo Me abrigo na vontade de viver Entusiasmado desvendei o meu mistério E desexpliquei o sério, me desapoiei das situações Desvinculado destruí o meu império Quando saio do sentido não tem mais contexto ou critério Quebre a cara e a coragem, vê se esquece essa bobagem De tentar formular certezas tão vãs Vê se canta e se encanta com o sorriso que desconcerta o perigo Que pesa na balança Cadê meu violão pra me curar Me faz uma canção pra eu desencanar Me chame pra esse baque Me ataque de prazer Essa vida não está sopa mas eu vou comer Sem tédio e sem aviso, eu fujo do perigo Me abrigo na vontade de viver Eu tô ferrado e não dá pra consertar O que não tem remédio remediado está
8.
Importado 03:46
Guitarras me sobem pelas paredes de casa, não fujo. Entram pela janela da TV importada. Nada me importa agora, eu não importo nada, eles que se importam em entrar aqui. Guitarras que tentam, me entendam, eu não temo nada, não fujo, sua distorção nunca me torce a cara; nada me importa agora; eu não imponho nada; eles que se importam em entrar aqui. Ando em qualquer espaço e me apedrejam fatos, certezas, notícias, informações que só me enchem o saco. Nada me informa agora, eu não informo nada. Eles que informem o que lhes convir. Não consigo mais fugir desses assuntos tratados por todos no mundo que só falam o falado. Nada me importa, porra, eu não imponho nada. Eles que informam o que lhes convém Ar que me cerca me inspira e você tira a graça. Desgraça. Tenho já meus olhos, você quer que eu refaça. Nada me importa agora, eu não importo nada. Eles que se importam em portar e fim. Entrem com cuidado, essa é minha casa, guitarras, horas te abuso, horas dou descarga. Nada me importa à moda, eu não importo nada, eles que se importam em entrar aqui. Imagens me chocam, beleza, aparência-nada, bastarda, tentam me encantar num canto que não fala. Nada me impressiona, oras, eu não impresso nada, eles que impressionam quem não se exprimiu. Imagens tão mudas que mudam mas não mudam nada, trapaça, forro da muda de flores mudas feitas pra farsa. Nada me informa agora, eu não imponho nada. Eles que informam o que lhes convém. Sites e saias e slogans, vista sua idéia, mocréia, vende-se vestes de vida , compre a vista certa. Nada me interessa agora, não sou interessado. Interessam quem lhes interessa ter. E a crítica reclamona que reclama os feitos já feitos; diz-me o que é ser cult e o que é ter defeito. Nada me enviesa a cachola, eu não ensino nada; não prendo, não porto certeza no meu preferir.
9.
Desvenda-se 04:00
O nosso carnaval vai ser uma moda Que a moda não deixou de contestar Contesta pois quer impressionar e ser impressa E a pressa nos impede de exprimir e de criar O nosso carnaval vai ser a festa Que não importa moda ou modo algum Todo mundo inventa moda que ela mora em cada um Desvenda-se e descubra que a cultura Nunca foi parada, dura como a moda quer mostrar Desvende-se uma moda ultrapassada que só transforma a fachada e deixa o resto no lugar O nosso carnaval é consagrado Sem nada de sagrado pra rezar Pois preza pela convivência nua dessas regras Que regam o velho monstro que dá medo de mudar O monstro agora é tudo que nos servem E só serve pra nos empacotar Mas a festa nos revela e nos permite relevar Desvenda a qualidade do teu posto Não abra mão do teu gosto, abra o jogo sem fingir Desvenda seu produto e seu esforço E vais ver que o bem do outro é o bem mais caro a ti O nosso carnaval é alegria Da festa louca e da tradicional Tradicional pois nunca visa o lucro, só a magia E louca da magia que não quer mais ritual O nosso carnaval é a fantasia Da máscara que nunca vai sair E essa máscara cê talha pelo seu jeito de agir Desvenda-se e descubra sua postura, Pois coberta ela se molda e vendada ela não vê Vendida ela não vê. Destraia a partitura Pois traída é quase nula a convenção que você lê O nosso carnaval vai ter raízes, que alimentam a flor que vai nascer Pois destraídos vamos encontrar nossas origens Na originalidade que convém ao nosso ser O nosso carnaval causa vertigem A quem fica no chão da tradição Com bom-senso sobrevoa-se o consenso do padrão Desvenda-se e recrie o que te mostram Pois se só te mostram bosta não te basta ingerir Vomite a releitura dessa compra Cê vai ver o quanto conta o seu jeito de me ouvir

credits

released September 16, 2005

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about

Daniel Ayres São Paulo, Brazil

Diretor artístico do grupo Batuntã. Integrante da banda Palavra Cantada. Integrante da Banda Paraquedas no programa de TV É Tudo Improviso, atualmente no ar pelo canal TBS. Produziu com Bruno Buarque a trilha sonora do longa-metragem Hélio Oiticica. Gravou percussão no DVD de Fernanda Porto, junto ao grupo Batuntã. Lançou o CD Batuntã em 2014, com participação de Zeca Baleiro. ... more

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